Façam bom proveito da formação.
3. LITURGIA EUCARÍSTICA
Eucaristia significa agradecimento.
A Igreja irá tornar presente o sacrifício que Cristo fez para nossa salvação, não se trata de outro sacrifício, mas de trazer à nossa realidade a salvação que Deus nos deu.
É durante a liturgia eucarística que podemos entender a missa como uma ceia, pois podemos enxergar todos os elementos que a compõe: temos a mesa, o pão e o vinho. Tudo conforme o espírito da ceia pascal judaica, em que Cristo instituiu a eucaristia. Aplicando esses aspectos à Missa, entenderemos o seu significado, principalmente quando vemos que é o próprio Deus que se dá em alimento.
A liturgia eucarística divide-se em 3 partes:
1ª Parte - Oferendas: Canto/Procissão das Oferendas, Orai Irmãos e Irmãs, e Oração Sobre as Oferendas.
Nessa parte da Missa todo cristão deve apresentar seus dons e sacrifícios que serão ofertados junto com o Cristo durante a consagração. Enquanto o sacerdote e o coroinha preparam o altar.
Analisemos os elementos do ofertório: o pão, o vinho e a água, que, utilizado por Cristo na última ceia, possuem todo um significado especial:
O pão e o vinho representam a vida do homem, uma vez que ninguém vive sem comer nem beber. Em Cristo, o pão e o vinho adquirem um novo significado, representando o Corpo e o Sangue de Cristo.
A água, sabemos que no tempo de Jesus os judeus bebiam vinho diluído em um pouco de água, e certamente Cristo também devia fazê-lo, pois era verdadeiramente homem. Ora, as gotas de água representam a humanidade que se transforma quando diluída em Cristo. Representa também sinal de purificação.
2ª Parte - Oração Eucarística: Prefácio, Santo, Consagração e Doxologia ou Louvor Final;
A oração eucarística é o centro e ápice de toda celebração, é prece de ação de graças e santificação. O sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na oração e na ação de graças e o associa à prece que dirige a Deus Pai por Jesus Cristo em nome de toda comunidade.
O sentido dessa oração é que toda a assembléia se una com Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício.
Prefácio - possui a função de introduzir a assembléia na grande ação de graças que se dá a partir deste ponto.
Santo - em uma só voz, cantando ou dizendo, toda a Igreja une-se aos anjos e santos e proclamam Deus, Santo do Universo. cantando ou dizendo
Consagração - esse é um momento sublime e de profunda adoração, onde vivenciamos os mesmos atos da última ceia: “(...) Jesus tomou o pão, deu graças e ofereceu aos discípulos: ‘Tomai e comei, eis o meu CORPO’. Da mesma forma, no fim da ceia, tomou o cálice em suas mãos, deu graças e ofereceu aos discípulos: ‘Tomai e bebei, eis o meu SANGUE’” e disse mais ainda: “Fazei isso em minha memória”.
Nesse momento ocorre a transubstanciação, o pão e o vinho ofertado, tornam-se verdadeiramente CORPO e SANGUE de Cristo. Toda a Igreja deve prostrar-se de joelhos diante do Soberano Rei, e ficar em profundo silêncio.
Doxologia - é uma espécie de resumo de toda a oração eucarística, em que o sacerdote tendo o Corpo e Sangue de Cristo em suas mãos louva ao Pai dizendo: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo, a vós Deus Pai Todo Poderoso, toda honra e toda a Glória agora e para sempre” --> O sacerdote a diz sozinho, a não ser que ele convide toda a assembléia para dizermos juntos... <-- Toda assembléia responde com um grande “amém”, que significa: assim seja; confirmando tudo aquilo que foi dito.
3ª Parte - Comunhão: Pai Nosso, Abraço da Paz, Cordeiro de Deus, Canto/Distribuição da Comunhão, Interiorização, Antífona da Comunhão e Oração após a Comunhão.
Esse momento tem o intuito de preparar-nos ao banquete eucarístico.
Pai Nosso - é o desfecho natural da oração eucarística. Uma vez que unidos a Cristo e por ele reconciliados com Deus, nada mais oportuno do que dizer: Pai nosso... Esta oração deve ser rezada em grande exaltação, se for cantada, deve seguir exatamente as palavras ditas por Cristo, quando as ensinou aos discípulos. Após o Pai Nosso segue o seu embolismo, ou seja, a continuação do último pensamento da oração. Segue aqui uma observação: o único local em que não dizemos “amém” ao final do Pai Nosso é na Missa, dada a continuidade da oração expressa no embolismo.
Abraço da Paz - é um gesto simbólico, uma saudação pascal. Por ser um gesto simbólico não há a necessidade em sair do local para cumprimentar a todos na Igreja. Se todos tivessem em mente o simbolismo expresso nesse momento não seria necessária a dispersão que o caracteriza na maioria dos casos, uma vez que deveria durar pouco tempo.
Cordeiro de Deus - o sacerdote e a assembléia se preparam em silêncio para a comunhão. Neste momento o padre mergulha um pedaço do pão no vinho, representando a união de Cristo presente por inteiro nas duas espécies. A seguir todos reconhecem sua pequenez diante de Cristo e como o Centurião exclamam: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo”. Cristo não nos dá apenas sua palavra, mas dá-se por amor a cada um de nós.
Comunhão - durante esse momento a assembléia dirige-se à mesa eucarística. A comunhão pode ser recebida nas mãos ou na boca, sob duas espécies (Corpo e Sangue de Cristo) ou uma espécie (Corpo de Cristo). Aqueles que por um motivo ou outro não comungam, por não se encontrarem devidamente preparados (estado de graça santificante) é importante que façam desse momento também um momento de encontro com o Cristo, no que chamamos de Comunhão Espiritual (reflexão). Após a comunhão segue-se a ação de graças, que pode ser feita em forma de um canto ou pelo silêncio, o que não pode é esse momento ser esquecido ou utilizado para conversar com quem está ao nosso lado.
Oração pós comunhão - é a oração de fechamento da liturgia eucarística, pedindo a Deus as graças necessárias para se viver no dia-a-dia tudo que se manifestou perante a assembléia durante a celebração.
4. RITOS FINAIS Comunicados da Comunidade, Canto de Ação de Graças e Bênção Final.
Saudação - para muitos, este momento é um alívio, está cumprido o preceito dominical. Mas para outros, esta parte é o envio, é o início da transformação do compromisso assumido na Missa em gestos e atitudes concretas. Ouvimos a Palavra de Deus e a aceitamos em nossas vidas. Revivemos a Páscoa de Cristo, assumindo também nós esta passagem da morte para a vida e unimo-nos ao sacrifício de Cristo ao reconhecer nossa vida como dom de Deus e orientando-a em sua direção.
Avisos - este momento é o oportuno para darem-se avisos à comunidade, bem como para as últimas orientações do presidente da celebração.
Benção Final - após, segue-se a bênção do sacerdote e a despedida. Esse momento é um momento de envio, pois o sacerdote abençoa os fiéis para que estes saiam pelo mundo louvando a Deus com palavras e gestos, contribuindo assim para sua transformação. Vejamos o porquê disso: passando a despedida para o latim ela soa da seguinte forma: “Ite, Missa est”. Soa algo como “Ide, tendes uma bênção e uma missão a cumprir”, pois em latim, missa significa missão ou demissão, como também pode significar bênção. Nesse sentido, eucaristia significa bênção, o que não deixa de ser uma realidade, já que através da doação de seu Filho, Deus abençoa toda a humanidade. De posse desta boa-graça dada pelo Pai, os cristãos são re-enviados ao mundo para que se tornem eucaristia, fonte de bênçãos para o próximo. Desse modo a Missa reassume todo seu significado.
Concluímos aqui nossa formação sobre missa! Se quiserem alguma complementação, deixem recados.
Saúde e Paz a todos!
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