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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

CATIVAR E CULTIVAR


A rima costuma funcionar. Só não dar certo cativar sem cultivar. É como chamar e não acolher, ou acolher e não formar. Acontece muito na Igreja. A pregação, as canções, os retiros e as liturgias chamam. Os jovens aparecem cheios de valores, mas com algumas falhas de formação que exigem reparo. Começam a participar do canto, do teatro, da liturgia e das pastorais, mas ninguém tem coragem de dizer ao rapaz ou a moça que aquele traje, aquele comportamento, aqueles trejeitos, aquele jeito de falar, aquele tipo de casal, faz tudo e sabe tudo, aquelas expressões, a mania de criticar tudo e todos, ou a fome de mandar e impor faz mais mal do que bem. Não se exige nada nem do rapaz, nem da moça e eles, generosos e cheios de boa vontade, cometem erros enormes, porque ninguém cultivou nem formou.

Dá-se o mesmo com as equipes de casais. O casal às vezes é dedicado e maravilhoso, porém algumas de suas atitudes são claramente negativas. Ela é mandona, tipo general. Um deles fala alto demais. Nas liturgias impõe as canções. Têm atitudes para com os irmãos que constrangeria até o mais vil dos criminosos. Mas são coordenadores! Então, todos falam por trás ou às escondidas, mas ninguém tem coragem de chamá-los para uma conversa e pedir que mudem de comportamento. É que poderiam se ofender e ir embora!... Com isso abandonam a formação, o cultivo e a correção fraterna que o próprio Jesus nos ensinou. O medo de ferir as pessoas tem ferido as Paróquias, os movimentos e as comunidades. Sacrificam 40 mil pessoas para poupar duas ou quatro.

São Paulo pediu Timóteo que formasse seu povo e, se fosse preciso, abrisse o jogo (II TM 4,1-5). Deixou claro aos Efésios que todos deveriam ser francos uns com os outros, sem falsidade, já que são membros do mesmo corpo. Uma leitura de Efésios, capítulos 4 e 5, dá uma boa idéia de como São Paulo formava suas comunidades. Se alguém se magoasse, paciência! Mas aquilo tinha que ser dito. Quem é de Cristo tem mais é que refletir e mudar.

Não são poucos os casos em que pessoas boas poderiam se corrigir, mas não se corrigem, pois não lhes falam no que poderia melhorar. A maioria aceitaria o conselho e até agradeceria. Os que se ofendem e se retiram mostram que não estavam lá para servir e amar. Somos todos sujeitos a erros e devemos aceitar que a Igreja nos forme. O medo de dizer a verdade tem sido um dos erros mais constante na vida pastoral da Igreja. Que se discuta este problema, porque é um problema! E é sério! Equivale ao medo de evangelizar.

Pe Zezinho

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