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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Big Brother 10. Como cristão, convém assistir?

Simbolo do Big Brother Brasil 10

+ É sempre prematuro falar sobre o primeiro episódio de qualquer programa em série, especialmente de um reality show, que não tem roteiro muito definido. Mas essa me pareceu a estreia de “Big Brother” com linhas mais claras, definidas.

+ Uma das chaves desta edição foi dada explicitamente por Pedro Bial: “Este BBB tem um novo alfabeto. ABCDEF GLS…” Uma das participantes depois reforçou: “Este é o BBB da diversidade”. Por fim, a animação de Maurício Ricardo mostrou três robozinhos, um deles gay. A direção do programa selecionou um gay, uma lésbica e uma drag queen, todos assumidos – o que demonstra que as questões de gênero sexual terão papel predominante desta vez.

+ A ideia de uma vida dupla é reincidente entre os participantes – muito além da duplicidade inerente aos brothers GLS. Há uma doutora em lingüística que vira perua baladeira, uma policial que solta a franga na praia, um engenheiro agrônomo que foi modelo, um advogado que treina boxe e assim por diante.

+ Como se vê, a “segunda vida” dos participantes está ligada em geral ao corpo. Muitos ganham a vida com atividades físicas: um dançarino, uma dançarina de boate, um personal trainer e assim por diante. Esta parece ser também uma das edições mais homogêneas em termos corporais/hormonais, com uma maioria absoluta de corpos esculpidos, quando não marombados. Pela minha lembrança, havia mais exceções em edições anteriores, como Cida ou Jean, por exemplo.

+ É cedo para dizer, tudo pode mudar nas próximas semanas, mas o “casting” da edição me pareceu bastante inspirado, com vários participantes de personalidade forte. E já deu para identificar claramente uma barraqueira, a jornalista lésbica, que deu uma enquadrada forte e desnecessária, logo no primeiro programa, na dançarina de boate .

Ricardo Calil, critico de cinema.

***

S. Paulo, com muita sabedoria nos disse: ” Tudo nos é lícito mas nem tudo nos convém, tudo nos é permitido mas nem tudo nos edifica”. (I Cor 10,23)

Convém perder o nosso precioso tempo dando audiência a um programa cujo conceito é francamente anti evangélico em toda sua proposta de estimular com que o pior das pessoas venham à tona e seja objeto de observação 24 horas por dia, pela tv ou internet ?

Sei que tem coisas aproveitáveis na TV, outras, no entanto, não acrescentam nada na vida da gente.

Aliás, se houver algum acréscimo, esse será na conta bancária do vencedor e na emissora que ganha milhões às custas da curiosidade mórbida das pessoas que tem ânimo para assistir o manjado grande irmão- que de grande só tem os interesse financeiro envolvido dentro da turma escolhida e na audiência ávida por alguma coisa que lhes ofereça mais sentido para a vida!

fonte: http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/5494-big-brother-10-como-cristao-convem-assistir-e-da-audiencia

9 comentários:

  1. Muito proveitoso esse documentário. Depois da lida, dei uma bela esplanada na minha mente e descobri mesmo que o BBB só está ali pra sermos alienados a mais um programa sem escrúpulos.
    Sei que várias pessoas irão ler e reler e com certeza criticarão o documentário, mas pensem por outro lado: de que adianta perdermos nosso precioso tempo assistindo a vida dos outros? Reality show é passageiro. Daqui a alguns meses nem lembramos mais quem são as pessoas que participaram.
    Por: Nájilla Queiroz

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  2. Concordo NájillA! o BBB é pura alienação!

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  3. Para quem não perde tempo assistindo vcs estão bem informados sobre o programa, mesmo sem perceber as pessoas observam as vidas umas das outras todos os dias, não através da tv, nem de forma tão escancaradas, mas observa e principalmente..critica, muitos não expoem suas vidas num reality mas fazem coisas semelhantes ou até bem piores no seu dia a dia, então acho que são questionamentos que são desnecessários, devemos sim se preocupar com as nossas vidas e tentar parar de viver realidades que não nossas e corrigir as injustiças perto de nós ps: apesar de ser errado, os gays, lésbicas e etc, não dignos de repudia e sim de ajuda, e não é dessa forma que estende a mão a alguém.

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  4. Pessoas são observadoras natas! Não questiono isso. O que promove a discussão é como isso é apresentado pelo programa, que intenções e ideias ele deseja promover. Acho que a intenção do BBB não é promover uma vida digna, que proporciona crescimento e nos edifica. Quanto aos homossexuais concordo que são pessoas que precisam de ajuda, no caso dos participantes não somente eles, mas tb os outros que se deixam manipular, q nao possuem um sentido de vida.

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  5. Quem disse que homossexuais precisam de ajuda? Por acaso é errado ser gay ou lésbica? Eles representam algum perigo à saúde pública mais do que os heteros?
    A sexualidade não é definida apenas biologicamente. Para além de tal fator existe a cultura e as práticas discursivas atreladas a ela. Do ponto de vista da cultura entendida enquanto prática, e a prática nos remete a escolhas individuais, podemos fazer qualquer uso sexual de nosso corpo, independentemente de possuirmos pênis e vaginas. A sexualidade masculina e feminina é resultado de inúmeros discursos, entre eles o religioso ( o mais controlador), que tornam possível o aparecimento do corpo (da sexualidade) masculina e feminina. Volto a repetir: não é o fator biológico que nos torna homens e mulheres (heteros) mais, e essa é a dimensão maior, as práticas culturais que tornam possível a definição da masculinidade e da feminilidade.
    Fico bastante preocupado em ler comentários "inocentes" e recheados de "boas intenções religiosas" (evangelizadoras), que rotulam gay's e lésbicas como pessoas anormais que "PRECISAM DE AJUDA". Aliás, o que significa "PRECISAM DE AJUDA"? Lembro-me nesse instante da década de 80, quando homossexuais do mundo inteiro forma acusados de serem os responsáveis pela difusão do vírus HIV!
    Inocente ou não, cheio de boas intenções religiosas ou não, o que li aqui nesses comentários espantou-me bastante, e espantou-me pelo simples fato de aproximarem-se de discursos totalitaristas e extremistas que rotulam e marginalizam aqueles que dizem ou que praticam algo diferente do que é determinado pelo discurso que está no poder.
    Para concluir, quero apenas repetir que do nosso corpo fazemos o que queremos. Quanto ao "PRECISAM DE AJUDA" acredito que nenhuma prática religiosa (e muito menos a cristã- católica pelos maus exemplos que praticou e continua praticando - o clero que o diga!)tem o direito de apontar o que é normal e o que anormal, principalmente quanto a assuntos que envolvem escolhas e práticas sexuais.
    O que os católicos devem fazer é aprender a conviver e a aceitar as diferenças (sexuais também!)... acreditem, vocês evangelizariam bem mais do que hoje ...as estatísticas são tão magrinhas!!!

    SORAILKY LOPES BATISTA
    sorailky@gmail.com

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  6. Não quero criar nenhum tipo de polêmica com meus amigos, mais creio que somente através do diálogo é possível (e o diálogo chega mesmo a ser determinante!)uma mudança de pensamento, ou uma guinada em sentido contrário, a certas posturas e práticas culturais, que tomadas como valores dogmáticos (e por possuírem tal característica) tornam-se inquestionáveis!
    Volto a referir-me ao meu comentário anterior, o que está logo acima, que trata de práticas e condutas sexuais que são livres, individuais e totalmente independentes de qualquer determinismo biológico de cunho darwinista(evolucionista).
    Quero apenas acrescentar o que penso a respeito da "falta de sentido de vida" entre gay's e lésbicas, conforme escrito pelo amigo Tom.
    Como já deu para perceber, não estou detendo-me a especulações em torno do programa BBB-10 (Rede Globo de Televisão), deixo isso para outros. Detenho-me somente as questões sexuais, que são apresentadas em segundo plano na discussão, mas que ao meu ver conduzem, problematizam e especulam a questão BBB-10 nos textos.
    Indo diretamente ao ponto, não creio que gay's e lésbicas sejam despossuidos de "sentido de vida". Embora saiba que o "sentido de vida" colocado no texto do Tom seja um desdobramento discursivo da doutrina e da prática cristã, afirmo que para além deste existem outros! Chamo atenção para o fato de que nem todas as pessoas (e escrevo isso independente das escolhas e condutas sexuais dos indivíduos) representarem e darem sentido às suas vidas tomando como referência o discurso cristão. Para além deste existe um universo infinito de "sentidos de vida" praticados cotidianamente em todo o planeta, a todo o momento!
    Escrevo isso como um alerta. Delimitar e determinar sentidos de vida e valores culturais como melhores (e foi o que o Tom fez ao tomar como referencia universal o sentido de vida cristã)e apenas do ponto de vista estrito de um ou outro discurso e prática cultural é um equívoco. E se constitui como equívoco por não respeitar a vontade e a escolha dos indivíduos.
    É necessário esclarecer que todo discurso e prática cultural não abarca o indivíduo em sua completude; sempre existe espaço para a resignificação discursiva, e esse é o ponto no qual quero chegar.
    Qualquer discurso (inclusive o religioso) só é possível mediante uma prática, e a prática discursiva nos leva à sua representação. Se um indivíduo pratica um discurso qualquer, seu sentido de vida será determinado mediante a forma de como esse discurso é representado. Em outras palavras, a própria representação discursiva é o sentido de vida do indivíduo. Mas o que é mais interessante em meio a todo esse processo é a possibilidade de o indivíduo mudar sua representação (seu sentido de vida) a qualquer momento. Isso se chama resignificação discursiva: apropriar-se do discurso e deforma-lo anarquicamente para melhor utiliza-lo! E é somente graças a esse movimento anárquico da apropriação e resignificação discursiva que é possível a emergência de inúmeros sentidos de vida (de representações) que vemos todos os dias!!!
    Gay's e lésbicas, assim como heteros e, extrapolando a categoria sexual, todas as pessoas em suas diferentes profissões religiosas e escolhas filosóficas, possuem sentido de vida! Muito intensamente, acredito que a postura cristã (e sou cristão)deve dirigir-se para o entendimento e compreensão da diversidade cultural na qual estamos mergulhados. Não é negando o sentido de vida dos indivíduos (aqueles sentidos de vida que passam longe do discurso cristão, mais nem por isso são errados ou menores)que os católicos devem agir. A evangelização deve passar pelo respeito e pelo amor!!!

    Sorailky Lopes Batista
    sorailky@gmail.com

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  7. Quando falei da falta de sentido, não direcionei para homossexuais, foi para os participantes do BBB em geral. Como ja havia falado, a intenção do post foi para discutir o BBB. Quanto as questão sexual, concordo plenamente com Sorailk que devemos ter o respeito pelas diferenças, isso é essencial. Não discrimino homossexuais. Sorailk esta certo quando diz q uso a doutrina cristã, é a que tento seguir. Fui muito criticado por repetir uma expressao do comentario anterior no meu: "precisam de ajuda", a qual deixei em aberto, o que não significa uma "caça as bruxas". Como ja disse tento me basear pela doutrina cristã, o q nao implica q eu não respeite o que cada um escolheu. A evangelização de uma pessoa não existe se for forçada, só existe se tiver abertura, como Sorailk falou a evangelização deve passar pelo respeito e pelo amor.

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  8. Falando no BBB 10,acredito que a emissora concebeu essa edição mostrando realmente como se configura a sociedade atual,com suas diversas concepção de valores e quebra de paradigmas! Não se pode negar isso,e para mim(me referindo aos participantes) o programa é um exemplo de exercício de conduta e de auto conhecimento.Eu mesmo sendo cristão não sou contra quem assite ao programa.

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  9. Maurílio falou bem e lembrou algo muito importante para a compreensão da atual (e uso aqui as palavras dele) configuração da sociedade: a quebra de paradigmas. É isso que tem ocorrido em toda a cultura ocidental (que abarca e influencia também a oriental) desde a última metade do século XX.
    Essa mudança da configuração social começa a pulular logo após a II Guerra Mundial, os horrores e as conseqüências desta guerra criaram uma atmosfera de insatisfação e descrença em todos os valores e perspectivas de construção de uma sociedade baseada no “modelo burguês” de representação da sociedade. Atrelado a isso, houve um contínuo movimento de descrença em todas as áreas do conhecimento humano, todas as ciências e a arte passam por um processo de crise epistemológica, ocorre aqui o fortalecimento do niilismo científico e a quebra do modelo artístico das belas artes. Entre as ciências exatas, a formulação da Teoria da Relatividade Einsteiniana foi um choque para a concepção do conceito de realidade: se antes de tal teoria acreditava-se em uma realidade universal e imutável praticada por toda a sociedade, com a formulação da teoria da relatividade passou-se a acreditar que a realidade seria móvel, mutável, não possuidora de uma suposta universalidade, ou seja, a “realidade” seria multifacetada, atravessada, clivada por realidades múltiplas e referenciais socialmente e culturalmente. Entre as ciências humanas o choque foi mais devastador: os avanços na teoria lingüística contribuíram para o entendimento de que somente, e por meio da linguagem, é que a realidade se constitui, ou seja, se a realidade seria constituída pela e através da linguagem, o indivíduo e a sociedade em geral seriam atravessados e constituídos pelos discursos culturais que dão vizibilidade e dizibilidade a uma representação cultural (lingüística). O entendimento do que seria a cultura, comumente pensada como uma separação entre erudito e popular, entre o superior e o inferior, entre o civilizado e o selvagem, cai por terra. Passa-se a entender a cultura como um discurso praticado e representado dentro no interior de uma sociedade, que é determinada e problematizada historicamente.
    Todo o processo descrito levou a uma espécie de esfacelamento do paradigma moderno. A partir da segunda metade do século XX ocorre a emergência daquilo que alguns teóricos chamam de pós-modernidade: basicamente uma conjuntura (mais o conceito de tempo parece ser mais adequado para tal situação) em que os valores modernos são completamente aniquilados em troca de uma vivência (entenda aqui as representações e práticas culturais) marcadamente presa ao atual (aquilo que acontece nesse exato momento quando você lê essas palavras; metaforicamente, o atual é como um raio que ocorre em dia de tempestade, acontece somente uma vez e em uma fração de segundos, para logo em seguida tornar-se um já acontecido, algo que já perdeu sua atualidade). Essa vivência extrema do atual é que gera a impressão no interior de todos nós de que o tempo passa muito rápido e acaba quando menos se espera! Entender esse processo, que iniciou-se ainda no inicio da metade do século XX e que está acontecendo agora (dentro do atual de cada um de nós) é condição chave para a compreensão da mudança de paradigma e da reconfiguração social enfrentada por cada um de nós diariamente. (continua)
    Sorailky Lopes Batista
    sorailky@gmail.com

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